O Capitão- mor Antônio de Abreu Guimarães, proprietário da Fazenda da Jagoara, arrependido de sua conduta de sonegando o quinto e contrabandeando ouro e diamantes resolveu saldar suas contas com a coroa.
Para conceder - lhe o perdão a Rainha, D. Maria I, vinculou os bens do Sr. Guimarães à Coroa e incumbiu - lhe de realizar e sustentar cinco obras pias, entre elas a Igreja Nossa Senhora de Jagoara.
Para a execução foi chamado então Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que trabalhou de 1782 a 1784, criando uma de suas mais grandiosas e brilhantes obras, cuja similitude com a igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto, demonstra claramente que as talhas do templo da então Vila Rica foram mesmo criadas na Jagoara.
Sancionado o decreto de D. Maria I instituindo o vínculo da Jagoara, em 4 de junho de 1787, pó Capitão- mor entregou a administração de seus bens ao sobrinho , o Coronel Francisco de Abreu Guimarães, e se recolheu a um convento em Portugal.
Entregue a devassidão, o sobrinho não cumpriu os compromissos assumidos pelo tio e o Vínculo acabou por ser extinto.
Posteriormente a fazenda foi vendida ao ilustre superintendente da Mina de Morro Velho. Dr. Chalmers. Anglicano o inglês passou a utilizar a igreja para guarda de máquinas e equipamentos, dando início ao seu processo de deterioração.
Um amigo do Sr. Chalmers, o coronel da Guarda Nacional Augusto de Magalhães, líder dos vicentinos em Nova Lima, pediu-lhe os altares e realizou o trabalho que salvou a obra artística.
Demonstrando as grandiosas peças e enumerando as partes, o coronel Magalhães transportou todo o altar em lombo de burros e cavalos até Dr. Lund, distrito de Pedro Leopoldo, onde havia uma estação ferroviária.
De lá, as peças foram para Nova Lima.
Como a igreja matriz não comportava todo o altar, as peças foram abrigadas em um galpão construído especificamente para essa função, enquanto se procediam às reformas de ampliação.
Hoje toda a obra está aberta à visitação na igreja Matriz de Nova Lima em excelente estado de conservação.
Em 1984, quando mudaram para Jagoara, os atuais proprietários, D. Leda e Sr. Galeno de Andrade iniciaram os contatos com diversas empresas e entidades com o objetivo de manter de pé as ruínas da igreja.
Com o apoio da Usiminas, parte da construção foi escorada, mas ainda é necessário recuperar a cobertura das torres.
